quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Não é o meu país.

"Tô vendo tudo, tô vendo tudo 
  Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
 Lamento mas não sou muda e nem surda. Portanto calar-me não posso diante de tanta falta de moral, falta de justiça e vergonha acontecendo no Brasil.
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país."
Música e letra - Zé Ramalho.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O mar de Paramana

"Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois tudo estará perfeito
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas."
Cecília Meireles

Paramana tem um ar agradável de colonia de pescadores. As pessoas são amistosas, recebem bem seus turistas. Tem uma praia bonita e calma. Do outro lado da ilha, na Costa, dá para pescar siri de jereré. A noite o vento que vem do mar é uma delícia para se dormir na varanda da casa. Não precisamos fechar as portas ou janelas para dormir.  Veraneio nesta ilha desde 1998 e nunca ouvi falar em assaltos ou agressões. 

Quando a maré está cheia é uma gostosura pular desta ponte. Dar saltos e mergulhar fundo neste mar geladinho e calmo. É nesta ponte que as lanchas atracam para embarcar e desembarcar seus passageiros. 
A Praia de Paramana está localizada na parte central da ilha dos Frades, Salvador, Bahia. Apresenta um trecho de Mata Atlânticabastante preservada onde há presença de animais em extinção. Possui um pequeno vilarejo, conhecido pelo mesmo nome, com casas de pescadores nativos e veranistas. É propícia à prática da pesca, do mergulho e de outros esportes náuticos, apresenta, na maré baixa, piscinas naturais, em função da presença de recifes. Para chegar a Praia de Paramana, assim como todas as outras praias da Ilha dos Frades, é necessário o uso de embarcações que saem do município de Madre de Deus.

Espero que a ignorância humana não consiga destruir este pedacinho do céu. 
Até a próxima.
Beijos.

Fotos gentilmente cedidas por Adilson Costa.
Tiradas na Ilha dos Frades, Paramana, Bahia, Brasil, durante nosso veraneio em fevereiro de 2012.
Pesquisa feita no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Praia_de_Paramana_(Salvador)


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Uma homenagem ao Movimento Paranapiacaba


Canto em qualquer canto
Ná Ozetti.

Vim cantar sobre essa terra
Antes de mais nada aviso
Trago facão, paixão crua
E bons rocks no arquivo
Tem gente que pira e berra
Eu já canto pio e silvo
Se fosse minha essa rua
O pé de ipê estava vivo
Pro topo daquela serra

Vamos nós dois vídeo e livros
Vou ficar na minha e sua
Isso é mais que bom motivo
Gorjearei pela terra
Para dar e ter alívio
Gorjeando eu fico nua
Entre o choro e o riso
Pintassilga, pomba, mélroa
Águia lá do paraíso
Passarim, mundo da lua
Quando não trino não sirvo
Caso a bela com a fera
Canto porque é preciso
Porque essa vida é árdua
Prá não perder o juízo
Homenagem ao Movimento Paranapiacaba, a todos os que comungam deste mesmo ideal e a meu amigo, menino de asas, Jaelson Castro. 
Todas as fotos me foram presenteadas por Jau. 
Beijos.


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Fogo apagou

                 Foto extraída do site: avespantanal.com.br
Quantas vezes, na varanda lá de nossa casinha de férias, no povoado de Brejo Grande, 
município de Miguel Calmon- BA, eu ouvi o canto doce da rolinha fogo apagou.
Tenho uma relação sentimental com esta ave. Ela me trás doces recordações da minha infância. 
Por isso, hoje, é sobre ela que quero falar.
A Fogo Apagou é uma ave da ordem columbiforme, da família Columbidae.
Está presente nos versos da música "Fogo Pagô" de Sá e Guarabyra.
Suas penas tem um padrão escamoso que ajuda na camuflagem. 
Esta ave mede em torno de 19 cm.
            Foto extraída do site:areiaquecanta.blogspot.com
Alimenta- se no chão, andando com a barriga quase arrastando no solo. Os frutos preferidos desta espécie vem de uma árvore chamada Crindiuva.
   Foto extraída do site http://www.wikiaves.com.br/fogo-apagou
O seu ninho tem formato de xícara. Põe 02 ovos brancos.
Essas aves tem hábitos discretos. Anda em casais ou pequenos grupos.
Pode ser vista nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. 
       Foto extraída do site: mais.uol.com.br
Esta ave está presente na letra da música "Fogo Pagou" de Luíz Gonzaga:
"Fogo Pagou,
 Teve pena da rolinha que o menino matou..."
Na música e Sá e Guarabyra "Fogo Pagô"
"Fogo pagô que encantou
 Levou embora
 Ai, teus murmúrios na memória."
Se desejarem conhecer mais desta ave, visitem o wikiaves.
Beijos e obrigada pela visita.

Fonte de pesquisa: